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Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial: uma luta que é de todos nós
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Neste Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, não posso deixar de fazer uma reflexão profunda e pessoal. Para mim, essa data carrega um peso simbólico imenso, mas também uma urgência concreta. Falar sobre racismo não é apenas uma questão de pauta social — é falar da minha história, da minha família, da minha verdade.
Sou filha adotiva de pais negros e cresci em uma casa onde a luta contra o preconceito era vivida no cotidiano. Minha mãe, uma mulher negra forte e resiliente, enfrentava o racismo todos os dias. Eu sentia, desde muito cedo, o impacto desse olhar discriminatório que ainda persiste em nossa sociedade. Senti na pele o que ela sentia, e isso moldou profundamente quem eu sou.
Sei o que é viver o racismo de perto. Essa vivência não me trouxe amargura, mas sim um compromisso: o de atuar com responsabilidade e sensibilidade para promover mudanças reais. Por isso, enquanto primeira-dama de Mato Grosso, tenho feito questão de colocar a pauta da equidade racial no centro das ações sociais que desenvolvemos.
Combater a discriminação racial exige mais do que palavras — exige políticas públicas firmes, espaços de escuta e principalmente empatia. É preciso quebrar o preconceito que ainda habita corações e estruturas. Somos todos iguais. Ninguém deve ser julgado pela cor da sua pele, pela sua origem ou pela sua condição social.
Enquanto celebramos a diversidade e a resiliência da comunidade negra, é crucial refletir sobre o caminho que ainda precisamos percorrer para alcançar uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária. Não é uma tarefa simples, mas é uma missão coletiva. Que este dia não seja apenas um marco simbólico, mas um ponto de partida para ações concretas, que promovam inclusão e respeito mútuo.
Vamos trabalhar juntos para construir um futuro onde a diversidade seja celebrada, e a igualdade, uma realidade vivida por todos. Tenho orgulho da minha origem, e é essa raiz que me dá forças para seguir lutando por um Mato Grosso mais justo, mais humano e mais inclusivo.
Que a nossa voz nunca se cale diante da injustiça. Que a nossa ação diária continue a plantar as sementes de uma sociedade onde ninguém precise sentir na pele aquilo que tantos já sofreram em silêncio.
Hoje e sempre: racismo não se discute, se combate.
Virginia Mendes é primeira-dama do Estado de Mato Grosso e defensora das causas raciais, atuando de forma voluntária pela inclusão e igualdade

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Por que tantas mulheres se perdem em amores tóxicos?

Meu coração aperta. Dói.
Para cada notícia de feminicídio – o ápice mais brutal da violência contra a mulher – sei que há centenas de histórias silenciosas. Mulheres que respiram diariamente o peso sufocante de relações tóxicas. Elas não ganham espaço nas manchetes, mas têm suas almas feridas dia após dia por humilhações, manipulações e ameaças.
Desde cedo, ouvimos que precisamos ser “escolhidas”. Que nosso valor está em ter e manter um relacionamento. Como se houvesse um vazio que só um “amor” pudesse preencher — mesmo quando esse amor nos aprisiona. Herdamos de uma sociedade machista a ideia de que devemos nos moldar ao desejo do outro e aceitar migalhas para sermos vistas como “boas o suficiente”.
É assim que nos sujeitamos a críticas disfarçadas de cuidado, ao ciúme possessivo travestido de amor, ao afastamento sutil de tudo que nos conecta à nossa essência. Toleramos o intolerável, anulamos nossos limites e sufocamos nossa própria voz.
E a pergunta que tantas mulheres se fazem é: “Por que não saí antes?” O medo paralisa. Ele é um dos principais motivos por trás da permanência. É o peso invisível de uma cultura que nos ensina que nosso papel é aguentar.
E eles sabem como desestabilizar: nos chamam de loucas, exageradas, nos silenciam. Controlam não só nossas emoções, mas também nossas finanças, tratando nosso próprio dinheiro como se não fosse nosso. O silêncio punitivo é usado como arma: isola, confunde e destrói.
Mas é preciso lembrar: não há amor onde há controle. O verdadeiro amor liberta, acolhe, respeita. E ninguém precisa aceitar menos do que merece.
A violência contra a mulher tem muitas faces: física, psicológica, moral, patrimonial. E todas elas são reconhecidas como crime. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é um instrumento de proteção real. Ela reconhece que a dor emocional também fere, que a ameaça também mata, que o controle também oprime.
Buscar ajuda não é fraqueza, é coragem. É o primeiro passo para retomar sua vida. Se você ou alguém que você conhece precisa de apoio, procure os recursos disponíveis: serviços de acolhimento, delegacias da mulher, defensoria pública, centros de apoio psicológico. Você não está sozinha. Que a dor se transforme em voz. Que o silêncio seja rompido. E que cada mulher saiba: sua liberdade é inegociável.
*Jacqueline Cândido de Souza é advogada e servidora pública dedicada, engajada na defesa dos direitos das mulheres e na promoção da igualdade de gênero.
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