Artigo

Levanta agora, levanta aurora

Publicados

Artigo

Jorge Mautner, cantor e compositor carioca se notabilizou, não só por suas músicas, mas também por sua relação com a literatura e sua resistência à ditadura militar no Brasil. Sua obra é vasta e digna de leitores atentos e ouvidos mais afiados. É dele a canção A bandeira do meu partido, composta em 1958 e cedida ao Partido Comunista do Brasil/PCdoB, que a tornou seu hino a partir de 2017.

Esta música fala de um sonho antigo que guarda uma construção que é sentida, mas nem sempre compreendida ou vivida pelo nosso povo: sonhos de liberdade, dignidade e respeito. Fala da esperança de se ver tremular e triunfar a cor da aurora que se levanta agora, todos os dias, em novos dias, jovens dias, a vida inteira. Mautner, sem nenhum incômodo, defende o socialismo e a sua bandeira vermelha, mas sem se esquecer de entrelaçá-la a mais bela, a primeira, verde e amarela, a bandeira brasileira.

Tal sensibilidade, na minha opinião, precisa ser rememorada neste dia 25 de março de 2025, para ilustrar a coragem, a luta e a resistência do povo brasileiro que, mais uma vez, faz história ao manter erguido bem alto o seu estandarte puro da nova era – rejeitando o fascismo, o negacionismo e o conservadorismo que rompe com todos os avanços civilizacionais historicamente construídos – e pelo qual o Partido Comunista do Brasil/PCdoB, que comemora hoje seus 103 anos, sempre lutou.

Leia Também:  Os desafios do político Sergio Moro

O Brasil vivenciou, ao longo desta última década, inúmeras ofensivas externas e internas de ataques à democracia, contra os direitos dos trabalhadores e contra os direitos fundamentais à existência humana. Sofreu com um golpe de Estado e com a necropolítica praticada pela família Bolsonaro e por aqueles que gravitam ao seu redor, sustentando sua sanha de poder. Só a resistência do povo brasileiro, mediada pelas forças progressistas, entre elas o PCdoB, conseguiu barrar esta grave ofensiva.

A participação do Partido Comunista do Brasil/PCdoB em todos os eventos de resistência e defesa dos povos, desde 1922, com erros e acertos, fundamentado no materialismo histórico-dialético – método de analisar o mundo e a sociedade desenvolvido por Marx – nos permitiram compreender melhor o Brasil, firmar a convicção em defesa da paz, da solidariedade, da soberania e dos vínculos com o povo. Pautas em defesa dos trabalhadores, mulheres, jovens, cultura, meio ambiente, luta antirracista, LGBTQIA+, entre outras, agitam e mobilizam a vida partidária.

Para o PCdoB, a luta de classes não é mera retórica. Sua compreensão e proposições estão expressas em seu Programa Socialista e no seu Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, que vem sendo discutido e debatido com inúmeros partidos, forças e personalidades. Nestes documentos estão os rumos e o caminho a serem perseguidos na construção do socialismo com a cara do Brasil. Sua amplitude política tem contribuído, ainda, para a construção da unidade das forças progressistas, que querem um Brasil desenvolvido e democrático.

Leia Também:  Em tribo africana, homens oferecem as esposas para sexo com visitantes.

Por tudo isso, é emblemático que hoje, em seu aniversário de 103 anos, tenha início o julgamento daquele que tripudiou com a nação, levou à morte milhares de brasileiros, incitou o ódio, a violência e levou de volta à miséria o povo que produz as riquezas deste país.

Hoje é um desses momentos em que todo mundo espera, espera, com o coração lindo, no céu flutuando, como bem canta Mautner. A justiça está sendo feita! Bolsonaro está sendo julgado. O Brasil e os brasileiros seguem esperançosos e o Partido Comunista do Brasil/PCdoB, continua na luta por dias melhores, nos inspirando a cada aurora que se levanta. Te amo sorrindo, te amo cantandoPCdoB!

Conheça-nos melhor em https://pcdob.org.brhttps://www.facebook.com/pcdob65 @pcdob_oficial

Lane Costa – Professora do IFMT. Pedagoga, doutoranda em Educação pela UFG. É presidenta do PCdoB/Cuiabá e da Federação Brasil da Esperança/Cuiabá.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

Artigo

O amor que cura também desconstrói: Por que isso assusta?

Publicados

em

Você já se perguntou por que, às vezes, ao nos depararmos com um amor verdadeiro, sentimos medo em vez de paz?
Nem sempre é o amor que assusta — é o que ele desperta. O amor tem o poder de tocar nossas feridas mais profundas, revelar partes de nós que ainda não curamos, e nos convidar a ser vistos por inteiro. E ser visto, de verdade, pode ser desconfortável para quem passou a vida se protegendo da própria dor. Este artigo é um convite para refletir: será que tememos o amor ou tememos a cura que ele nos oferece?

O amor verdadeiro não é confortável. Ele é espelho, revelação, processo. Quando alguém nos ama de forma genuína, não consegue amar apenas as partes que julgamos bonitas — ama também o que escondemos, o que nos envergonha, o que ainda está em construção. E, por isso mesmo, nos sentimos expostos. Sentimos medo. Como bem disse Carl Gustav Jung, “aquilo a que você resiste, persiste”. Resistimos ao amor porque ele nos pede mudança. E mudar, muitas vezes, é doloroso.

Ao amar e ser amado de verdade, somos levados a revisitar nossos traumas, crenças e autoimagens. O amor saudável é incompatível com a zona de conforto do sofrimento conhecido. E é aí que mora o perigo: algumas pessoas preferem continuar em padrões destrutivos — relações tóxicas, rejeições recorrentes, ausências emocionais — porque, de certa forma, aquilo já é familiar. Já sabemos como sobreviver à dor. Mas a cura? A liberdade emocional? Isso é desconhecido, e o desconhecido nos desafia.

Leia Também:  Sentença segue código Moro, não Constituição”, diz jurista

O psicólogo John Welwood fala sobre como evitamos o enfrentamento das nossas feridas ao recorrer a fugas inconscientes. No campo do amor, isso se manifesta quando rejeitamos vínculos profundos, sabotamos relações ou nos envolvemos com quem não está emocionalmente disponível. O medo não está no amor — está no que o amor nos obriga a ver.

Freud, por sua vez, chama atenção para a compulsão à repetição: esse movimento inconsciente de reviver experiências dolorosas na tentativa de dominá-las. Assim, muitas vezes escolhemos inconscientemente repetir os mesmos padrões: amar quem não nos ama, insistir em quem nos rejeita, evitar quem nos acolhe. Porque o amor que cura também exige um luto — o luto da identidade que construímos com base na dor.

Clarissa Pinkola Estés escreve que “amar é um ato de coragem”. E é mesmo. Amar é arriscar ser visto, ser tocado, ser transformado. É abrir espaço para uma nova versão de si mesmo — mais inteira, mais sensível, mais honesta. Mas para isso, é preciso atravessar o desconforto da desconstrução.

Leia Também:  Concessão de 6 lotes de rodovias estaduais pretende atrair R$ 8 bilhões

E como sabemos que encontramos um amor verdadeiro?

Quando atracamos nosso navio em porto seguro e reconhecemos o olhar do amor pelo espelho ao nos olharmos… Ou seja, ao nos ver com amor próprio, autoconhecimento e compaixão, e reconhecer nosso olhar no outro, identificamos quem nos ama. Quem ama, admira. Quem ama, cuida. Quem ama engrandece nossa alma. O amor verdadeiro não nos suprime — ele nos amplia. E sua presença nos dá paz, não medo.

Não é fácil permitir-se amar e ser amado. É uma jornada de cura e coragem. Mas é nesse processo — lento, profundo e muitas vezes silencioso — que nos libertamos das armaduras que nos aprisionam. Amar é o que nos humaniza. E ser amado, de verdade, pode ser o início da nossa mais bela reconstrução.

*Soraya Medeiros é jornalista com mais de 23 anos de experiência, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Marketing. Além de sua sólida trajetória no jornalismo, é formada em Gastronomia e certificada como sommelier, trazendo uma combinação única de habilidades em comunicação, marketing e enogastronomia.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

POLICIAL

CIDADES

POLÍTICA

MAIS LIDAS DA SEMANA