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Sanatório geral no Whatsapp

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No último domingo à noite me despedi de todos os grupos de whattsapp dos quais participava. Fiz um pequeno texto que reproduzo abaixo, em consideração a amigos e aos responsáveis pelos grupos. Especialmente aqueles ligados à imprensa.

O pequeno texto diz: “Adeus aos grupos Meus amigos. Estou presente em muitos grupos no whatsapp. Tenho amigos em todos. Amigos queridos. Ou apenas conhecidos. Contudo, vejo o país num momento delicadíssimo, que transcende a sua própria História. Muito acima de ideologias, de crenças políticas e de simpatias políticas.

A nação é maior e duradoura! Nos grupos predominam discussões ideológicas ou acadêmicas. Vejo-as, na sua maioria, desconectadas do futuro da Nação e da realidade real de todos nós nesse mundo hiper-conectado. Peço permissão pra me desligar de todos os grupos. Não vejo nas ideologias qualquer chance de futuro e nem a solução de que precisamos. Seguirei carreira solo. Abraços a todos. Jornalista Onofre Ribeiro”.
No último domingo me despedi de todos os grupos de whattsapp dos quais participava

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O imenso campo de batalha que se estabeleceu nos grupos transcende à lógica e à razão. Defesas desconexas de ideologias e discussões acadêmicas do nada sobre o nada. Pessoas raivosas. Teses superficiais, quando não vazias. Ódio. Muito ódio no ar. Desqualificar uma pessoa é daqui pra ali.

Conteúdos irrelevantes e a certeza sobre verdades incertas.

Confesso que me cansei. Vi nos grupos um desejo antipatriótico assustador. Derrubar o governo a qualquer custo. Sem lógica e sem razões pra isso. Proteger correntes de pensamento individual e detonar o geral naquilo que foge dos campos pessoais. Mas o senso antipátriótico me assustou. Ninguém é obrigado a ter um partido político, uma ideologia ou crença qualquer. Mas respeitar a ordem institucional é básico.

Antes que seja interpretado política ou ideologicamente e desqualificado por opiniões tóxicas, esclareço neste artigo que o futuro é muito maior do que a carnificina inquisitória no melhor estilo da Espanha medieval. Preciso esclarecer. Sou apartidário e não creio em ideologias. Democracia não é a defesa ou condenação de um poder ou de um governo.

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É respeitar a ordem institucional que se define no voto popular. Bem ou mal!

Lamento pela toxidez e pela aridez dos debates insanos nos grupos. Sair de todos foi muito libertador.

Penso que não preciso brigar pra ser ouvido e nem pra falar! Não me sinto bem dentro do sanatório geral como na música de Chico Buarque.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.

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Saidinha é contradição em meio a clima de insegurança

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A Câmara dos Deputados aprovou ontem (20) o projeto de lei que acaba com as saídas temporárias no sistema prisional brasileiro, restringindo o benefício apenas aos detentos do regime semiaberto que estejam cursando o supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior. A proposta já havia sido aprovada pelo Senado e segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente, a legislação brasileira prevê, aos detentos do regime semiaberto, o direito às chamadas saidinhas quatro vezes por ano para convivência familiar e participação das comemorações em datas especiais. Eles devem informar endereço em que irão permanecer no período do benefício e recolher-se à residência no período noturno, das 19 horas às 6 horas do dia seguinte, assim como não podem frequentar bares e similares.

Neste ano de 2024, a primeira “saidinha” ocorreu entre os dias 12 e 18 de março. Apenas no estado de São Paulo, a imprensa noticiou que mais de 40 detentos acabaram detidos logo no primeiro dia em razão de descumprimento das medidas.

No geral, as estatísticas apontam que cerca de 5% dos presos beneficiados pela saidinha não retornam ao sistema prisional e muitos deles cometem crimes no período de vigência da medida. Um dos casos mais graves foi registrado em janeiro deste ano, quando um detento matou o policial militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, durante a saidinha de natal em Belo Horizonte.

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O caso causou revolta e pressionou o Senado a votar o projeto de lei logo no início do ano. A Câmara também tratou o tema com prioridade. A aprovação pelas duas casas é uma resposta à sociedade brasileira, que está cada vez mais imersa em um clima de sensação de insegurança.

Para se ter uma ideia, pesquisa do Instituto Ipsos, multinacional de pesquisa e consultoria com sede na França, divulgada neste mês de março, apontou que o Brasil é o país com população mais insatisfeita com a segurança pessoal, com desempenho pior do que, por exemplo, o México e a Colômbia. O percentual de satisfação entre os brasileiros é de 53%, enquanto a média mundial chega a 73%.

Os dados fazem parte do “Global Happiness 2024”, realizado em 30 países com mais de 24 mil pessoas ouvidas no período de 22 de dezembro de 2023 a 5 de janeiro de 2024. Os números do Brasil são ainda mais gritantes em comparação aos resultados de países que aparecem no topo da pesquisa. Na Indonésia, 89% dos entrevistados estão satisfeitos com a segurança pessoal. Em Cingapura e na Holanda a taxa é de 88% e na Índia chega a 83%.

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Dessa forma, as saídas temporárias são uma contradição em um país em que quase metade da população declara sensação de insegurança.

Há movimentos contrários ao fim das saidinhas, criadas como instrumento de ressocialização. Mas o Senado acertou ao manter o benefício para aqueles presos que estiverem matriculados e frequentando instituições de ensino. Não há ferramenta mais efetiva para a transformação social do que a Educação.

*Wilson Pedroso é consultor eleitoral e analista político com MBA nas áreas de Gestão e Marketing

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