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BRASIL- Média de desemprego em 2024 é a menor já registrada: 6,6%
Número de pessoas trabalhando supera 103 milhões, também recorde. Resultado representa redução de 1,1 milhão de pessoas desocupadas no ano. Números foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 31 de janeiro
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O Brasil encerrou 2024 com a menor média de desemprego já registrada desde o início da série histórica, em 2012: 6,6%. Até então, a menor taxa tinha sido registrada em 2014, de 7,%. Em números, houve redução de 1,1 milhão no contingente de pessoas desocupadas em 2024 (7,4 milhões) frente a 2023 (8,5 milhões). É o menor quantitativo de pessoas desocupadas desde 2014 (7 milhões).
O resultado de 2024 representa queda de 1,2 ponto percentual do número de pessoas desocupadas em relação a 2023, que foi de 7,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 31 de janeiro, pelo IBGE. No trimestre encerrado em dezembro de 2024, a taxa de desocupação registrada foi de 6,2%, ainda menor que a do trimestre de julho a setembro (6,4%).
MAIS DE 103 MILHÕES – A população ocupada média em 2024 também foi recorde na série histórica, com 103,3 milhões de pessoas, 2,6% acima de 2023 (100,7 milhões) e 15,2% acima de 2012 (89,7 milhões). O nível médio da ocupação (percentual ocupados na população em idade de trabalhar) cresceu e chegou a 58,6%, maior patamar da série histórica e 1,0 p.p. maior do que em 2023 (57,6%).
“Os resultados de 2024 indicaram a manutenção da trajetória de crescimento do contingente de trabalhadores que, inicialmente, em 2022, respondia como recuperação das perdas da pandemia de COVID-19. Em 2023 e 2024, os ganhos foram expressivos”, destaca a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
CARTEIRA ASSINADA – A estimativa anual do número de empregados com carteira de trabalho cresceu 2,7% no ano e chegou a 38,7 milhões de pessoas, o mais alto da série. Também foi recorde o contingente anual de empregados sem carteira assinada no setor privado, que mostrou aumento de 6%, chegando a 14,2 milhões de pessoas. “O crescimento da população ocupada ocorreu principalmente entre os empregados no setor privado. Essa expansão foi registrada por meio do trabalho com e sem carteira de trabalho assinada. Isso ocorreu devido à abrangência setorial do aumento da ocupação, que incluiu atividades como indústria, serviços prestados às empresas, cujo perfil ocupacional está mais associado à formalidade, como também o avanço importante de atividades como construção, transporte e logística que apresentam maior incorporação de trabalhadores informais”, explica a coordenadora.
RENDIMENTO EM ALTA – O valor anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 3.225, aumento de 3,7% (ou R$ 115) na comparação com 2023. Anteriormente, o maior resultado da série havia sido em 2014 (R$ 3.120). O menor foi registrado em 2022 (R$ 2.901). “São dois anos seguidos de crescimento do rendimento, após recuo em 2021 e 2022. A expansão do rendimento em 2024 abrangeu trabalhadores formais e informais, o que contribui significativamente para o crescimento da massa de rendimento”, pontua Beringuy.
RECORTE – Considerando apenas o índice do trimestre de outubro a dezembro de 2024, a PNAD Contínua mostra que a população desocupada foi de 6,8 milhões, sem variação significativa no trimestre e queda de 15,6% (menos 1,3 milhão de pessoas) no ano. A análise da ocupação por grupamentos de atividade ante o trimestre de julho a setembro de 2024 mostrou aumento em três grupamentos: Construção (4,4%, ou mais 333 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,0%, ou mais 283 mil pessoas) e Alojamento e alimentação (3,9%, ou mais 214 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,4%, ou menos 196 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
MOVIMENTO – “A construção e os serviços se destacaram no 4º trimestre. No caso da construção, esse movimento já vinha sendo observado desde o 2º trimestre, com o aumento de ocupados nessa atividade, voltada principalmente para a construção de edificações e reformas. Pelos serviços, os transportes, armazenamento e logística tiveram avanço importante, impulsionados pela distribuição de bens adquiridos pelo comércio on-line nesse período de consumo mais aquecido, como Black Friday e Festas”, conclui a coordenadora.

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Governo reabre caso do acidente que matou Juscelino Kubitschek
Laudo descarta os anteriores da ditadura que atestaram uma colisão do carro de JK com um ônibus antes de atravessar o canteiro da via Dutra e se chocar com uma carreta

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reabrir o caso do acidente, em 22 de agosto de 1976, que matou Juscelino Kubitschek. O Opala em que se encontrava o ex-presidente, conduzido pelo motorista Geraldo Ribeiro, atravessou o canteiro central da via Dutra no Km 165, em direção ao Rio de Janeiro, e se chocou com uma carreta. Os dois morreram com a colisão.
De acordo com as investigações conduzidas pela ditadura militar, o automóvel ficou desgovernado após ser atingido por um ônibus da viação Cometa durante uma ultrapassagem.
O Ministério Público Federal (MPF) reabriu o caso e concluiu, em 2019, que não poderia ser descartada a hipótese de atentado, uma vez que “não há elementos materiais suficientes para apontar a causa do acidente ou que expliquem a perda do controle do automóvel”.
A ditadura não realizou o exame toxicológico no motorista para saber se ele havia sido envenenado. Na exumação do corpo, em 1996, o perito Alberto Carlos disse ter visto um buraco semelhante ao de um tiro na cabeça do motorista.
Divulgado em 2021, um laudo do engenheiro e perito Sergio Ejzenberg, encomendado pelo MPF, descarta tecnicamente os laudos anteriores e rejeita a hipótese de que uma colisão causou o desastre.
Esse trabalho foi determinante para que os integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), órgão de Estado que tem apoio técnico-administrativo do Ministério dos Direitos Humanos, decidissem reabrir o caso.
Ejzenberg examinou os laudos realizados entre 1976 e 1996 pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), do Rio, que justificaram o acidente do Opala com o ônibus antes do choque com a carreta. Ele rejeitou a hipótese da colisão ter causado o acidente.
Em nota, a pasta comunicou que a CEMDP realizará audiência pública nesta quinta-feira (13), em Recife, onde o assunto será examinado com a manifestação do assessor especial do ministério Nilmário Miranda sobre a importância do colegiado reanalisar o caso da morte de JK.
“Amanhã (14), em reunião ordinária e interna da CEMDP, o colegiado tem entre seus pontos de pauta a discussão de uma consulta jurídica sobre a possibilidade de reconhecimento de novos casos de pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura militar. Após tal deliberação sobre esse posicionamento jurídico, a comissão irá proceder ao encaminhamento de novos pedidos de reconhecimento, tais como de JK”, diz um trecho da nota.
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