Brasil
Governo Lula determina retirada de algemas de brasileiros em voo de deportados dos EUA
O governo federal também mobilizou uma aeronave da FAB para concluir a viagem dos deportados a Minas Gerais
Brasil

O governo federal determinou a retirada das algemas dos passageiros que ocupavam o primeiro voo de deportados dos Estados Unidos, com destino ao Brasil, desde a posse do presidente Donald Trump. A condição dos brasileiros algemados foi considerada um ‘desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos’.
O avião das forças de segurança norte-americanas aterrissou em Manaus (AM) na noite da última sexta-feira, 24. O destino final estava programado para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (MG), mas a aeronave precisou pousar na capital amazonense para manutenção e o restante da viagem foi cancelado.
Após a tentativa das autoridades dos Estados Unidos de manter os passageiros do voo algemados, o avião foi recepcionado pela Polícia Federal. Sob orientação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, os policiais determinaram a retirada imediata das algemas.
A situação foi comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo ministro Ricardo Lewandowski, que considerou a situação um ‘flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros’.
Deportados aguardavam por aeronave da FAB para concluir viagem
Foto: Reprodução
Como o restante da viagem acabou cancelado após o pouso em Manaus, Lula determinou que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizado até o Amazonas para que os passageiros pudessem completar o voo ‘com dignidade e segurança’.
Para tal, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Amazonas (Sejusc) disponibilizou colchões, alimentação, atendimento médico e água aos passageiros que aguardavam no aeroporto em Manaus.

Brasil
Governo reabre caso do acidente que matou Juscelino Kubitschek
Laudo descarta os anteriores da ditadura que atestaram uma colisão do carro de JK com um ônibus antes de atravessar o canteiro da via Dutra e se chocar com uma carreta

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reabrir o caso do acidente, em 22 de agosto de 1976, que matou Juscelino Kubitschek. O Opala em que se encontrava o ex-presidente, conduzido pelo motorista Geraldo Ribeiro, atravessou o canteiro central da via Dutra no Km 165, em direção ao Rio de Janeiro, e se chocou com uma carreta. Os dois morreram com a colisão.
De acordo com as investigações conduzidas pela ditadura militar, o automóvel ficou desgovernado após ser atingido por um ônibus da viação Cometa durante uma ultrapassagem.
O Ministério Público Federal (MPF) reabriu o caso e concluiu, em 2019, que não poderia ser descartada a hipótese de atentado, uma vez que “não há elementos materiais suficientes para apontar a causa do acidente ou que expliquem a perda do controle do automóvel”.
A ditadura não realizou o exame toxicológico no motorista para saber se ele havia sido envenenado. Na exumação do corpo, em 1996, o perito Alberto Carlos disse ter visto um buraco semelhante ao de um tiro na cabeça do motorista.
Divulgado em 2021, um laudo do engenheiro e perito Sergio Ejzenberg, encomendado pelo MPF, descarta tecnicamente os laudos anteriores e rejeita a hipótese de que uma colisão causou o desastre.
Esse trabalho foi determinante para que os integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), órgão de Estado que tem apoio técnico-administrativo do Ministério dos Direitos Humanos, decidissem reabrir o caso.
Ejzenberg examinou os laudos realizados entre 1976 e 1996 pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), do Rio, que justificaram o acidente do Opala com o ônibus antes do choque com a carreta. Ele rejeitou a hipótese da colisão ter causado o acidente.
Em nota, a pasta comunicou que a CEMDP realizará audiência pública nesta quinta-feira (13), em Recife, onde o assunto será examinado com a manifestação do assessor especial do ministério Nilmário Miranda sobre a importância do colegiado reanalisar o caso da morte de JK.
“Amanhã (14), em reunião ordinária e interna da CEMDP, o colegiado tem entre seus pontos de pauta a discussão de uma consulta jurídica sobre a possibilidade de reconhecimento de novos casos de pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura militar. Após tal deliberação sobre esse posicionamento jurídico, a comissão irá proceder ao encaminhamento de novos pedidos de reconhecimento, tais como de JK”, diz um trecho da nota.
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