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Cineasta, indígena de MT faz série para mostrar a vida no Xingu
Produção mato-grossense vai abordar cotidiano em aldeia indígena no território
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Desde que iniciou sua carreira no mundo do audiovisual, Takumã Kuikuro, da etnia Kuikuro, usa a arte para documentar a história e a vida cotidiana de seu povo. Agora, com um novo projeto, o cineasta mato-grossense procura abordar o protagonismo dos indígenas do Xingu ao falar sobre a vida cotidiana nas aldeias.
Intitulada “Gente do Xingu”, a obra será uma série documental composta por nove episódios que vão retratar a rotina de diversas profissões na região do Xingu.

Para que eles possam conhecer um pouco de nossa realidade através do cinema
A data de estreia do novo projeto ainda é incerta, mas a perspectiva é que o trabalho vá ao ar ainda este ano.
“Eu quero mostrar isso para o mundo e para a sociedade não indígena, para que eles possam conhecer um pouco de nossa realidade através do cinema”, diz.
Com uma equipe formada majoritariamente por cineastas indígenas, a obra é uma coprodução da produtora Xingu Filmes, do Coletivo Kuikuro de Cinema, Lamiré, Palmira Filmes e Olho-Pião Filmes.
Apesar da produção já estar em andamento, Takumã relata que o canal de distribuição da série documental ainda não foi definido.
“Nós ainda estamos em busca de uma tela para poder exibir isso em alguns lugares. E uma ideia mesmo é a gente fazer isso na TV Brasil ou em outros lugares”.
O interesse pelo cinema
O interesse de Takuma Kuikuro pelo cinema nasceu a partir do projeto Vídeo nas Aldeias, criado em 1996 pelo antropólogo Carlos Fausto e pelo cineasta Vincent Carelli.
Ainda adolescente, ele compreendeu a importância do registro como forma de resistência na aldeia e através de muito estudo passou a produzir obras que retratasse a sua cultura.
Com o passar dos anos, o cineasta foi ganhando visibilidade por meio de circuitos de premiação nacionais e internacionais e, por meio do seu aperfeiçoamento, passou a idealizar projetos em busca de visibilidade e resistência indígena.
“Cinema é uma ferramenta de luta, uma ferramenta de resistência, onde nós podemos nos tornar protagonistas da nossa própria história, porque nós sabemos a língua, sabemos aquelas histórias, sabemos qual é a função de cada uma das pessoas”.
Diretor de outras obras premiadas, como o curta “Território Pequi”, vencedor em 2023 do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria curta-documentário, Takuma retorna em um novo projeto para abordar as profissões e sua importância dentro da comunidade.
A produção

Cinema é uma ferramenta de luta, uma ferramenta de resistência
As gravações começaram no dia 18 de dezembro de 2024 e têm previsão para se encerrar nas próximas semanas. Nas redes sociais, a equipe compartilha o dia a dia das gravações e mostra os bastidores das entrevistas realizadas com os profissionais que atuam na aldeia.
Entre profissionais ouvidos pela equipe de documentaristas, estão professores, advogados, enfermeiros, cineastas, agricultores, brigadistas e cantores responsáveis pelos cantos tradicionais.
“Eu quero contar essa história porque nós já temos vários tipos de evolução. Cada tipo de trabalho na aldeia. Como professores que estão atuando nas escolas indígenas, ensinando as próprias línguas indígenas, a língua portuguesa, matemática e outras coisas. É isso que eu quero contar”.
Para o diretor, a obra busca quebrar paradigmas e minimizar os preconceitos ao mostrar o dia a dia e a importância de cada ocupação dentro das aldeias para a garantia da educação, cuidado e sustentabilidade.
“Então, assim, nós podemos contar a história para a sociedade não indígena e também para o povo daqui. E a gente quer também essa visibilidade fora das nossas comunidades, porque é uma coisa muito importante para a gente: ter esse respeito. Nós queremos respeito pelo que estamos fazendo, pelo que estamos vivendo, pelo que estamos lutando”.
“Eu falo sempre: eu não sou comunicador indígena, eu não sou cineasta indígena, eu não sou fotógrafo indígena. Eu posso dizer que sou cineasta, sou diretor, e que posso produzir qualquer coisa”, relata.

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Miss que representou MT concorre título de ‘Mrs. World’ em concurso internacional

A modelo e pedagoga Nathalia Prazeres, 37, busca ser a primeira vencedora negra e brasileira do concurso internacional Mrs. World, que acontecerá entre os dias 24 e 30 de janeiro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Nathalia representou Mato Grosso quando foi eleita Miss Beleza Brasil, em 2022.
Prazeres é natural do Rio de Janeiro, mas mora em Cuiabá. Após se graduar em pedagogia, começou a carreira de modelo. A participação em concursos de beleza, entretanto, só se iniciou aos 27 anos, quando se mudou para São Paulo. Após se tornar miss, a carioca passou a dar palestras em escolas de rede pública, o que, para ela, fez com que entendesse como ela poderia inspirar jovens com similaridades em suas origens.
“Eu sou menina que toda a vida estudei em escola pública. Eu sou filha de motorista e uma dona de casa. Nasci em uma comunidade periférica e nunca tive muita expectativa de ascensão social”, explica a modelo.
“Hoje em dia, eu pego toda essa minha experiência para levar para as escolas (…) meu maior prazer em ser uma miss é ir para as escolas e conversar com as meninas, principalmente meninas negras. Elas olham para mim e veem que ‘nossa, ela é negra e, assim como eu, estudou em escola pública’. Gosto de levar esperança para essas meninas, para esses jovens, de que onde você está hoje em dia não determina o seu futuro”, complementa.
A modelo é casada com um cuiabano e apesar de visitar o estado constantemente, só começou a morar em Cuiabá há cerca de um ano. Nesse período, ela começou a participar do Fórum das Mulheres Negras, que foi essencial em sua trajetória para encontrar pertencimento no local.
“Aqui em Cuiabá, por exemplo, nos lugares que ando, é triste falar isso, mas é a grande realidade, eu não vejo muitas negras. Sempre que vou a uma festa, sou a única negra, as outras negras ou são babás ou são funcionárias”, pontua.
“Eu encontrei um grupo que é o Fórum das Mulheres Negras, e para mim foi essencial porque é uma rede de mulheres negras que se apoiam, se indicam. A gente trabalha com questões como empregabilidade, conhecimento da nossa história, com bem-estar. Então, assim, é como se fosse uma fórmula de escape, como se fosse uma terapia”, acrescenta a pedagoga.
O concurso Mrs. World tem 40 anos de história, entretanto, nunca uma brasileira ou mulher negra foi eleita. A miss deseja quebrar esse paradigma e encarar ser a representante do país com uma responsabilidade.
“Quando eu vou lá para fora, eu represento mais que o Brasil. Eu represento cada uma dessas crianças, que vibram quando me veem, que festejam quando sabem que eu vou lá visitá-las. As pessoas têm achado muito glamoroso, mas eu acho que a parte mais importante são os sonhos, de tanta gente que acredita em você”, finaliza.
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