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Guerra na Síria: Quem vai governar agora?

Bashar al-Assad, que desde 2011 enfrentava uma insurgência, fugiu do país em uma ofensiva-relâmpago do HTS, um grupo considerado terrorista pelos EUA. Ocidente comemora queda do ditador sírio, mas vê risco.

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Após 13 anos de guerra civil e 50 anos de ditadura na Síria, forças rebeldes entraram na capital Damasco e reivindicaram o controle do país no domingo (8).

Ao longo do dia, milhares de pessoas saíram às ruas de Damasco para celebrar. Capitais europeias também registraram comemorações de refugiados sírios. Mas a pergunta sobre o futuro do país ficou no ar:

Afinal, quem governará a Síria agora?

“Hoje (domingo) estamos celebrando, mas amanhã (segunda-feira) começaremos o trabalho duro”, disse Hind Kabawat, professora síria do Centro para Religiões, Diplomacia e Resolução de Conflitos da universidade George Mason, à rede de TV Al-Jazeera.

“Temos que trabalhar juntos para construir um governo democrático. Essa transição só pode ser feita e decidida pelos sírios, mas precisamos do apoio de todo o mundo”.

Os rebeldes que reivindicam vitória pertencem ao HTS, grupo sunita que teve origem na Al-Qaeda e é um dos que vinham tentando derrubar o regime de Assad desde o início da guerra na Síria, em 2011. No domingo, o grupo deu indicações de que vai querer se perpetuar no poder. O líder do HTS, Mohammed al-Golani, disse que “o futuro é nosso”.

Também chamou a conquista de “uma vitória para a nação islâmica” — o HTS é um grupo sunita e religioso, e há o temor de que um eventual governo dos rebeldes resulte em restrições a mulheres e perseguição a fiéis de outras religiões.

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Em um discurso feito dentro de uma mesquita em Damasco e sob aplausos de uma plateia formada em maioria esmagadora de homens, Al-Goni disse, entretanto, que protegerá as minorias.

O líder do HTS, entretanto, não deixou claro como será o novo governo. Não explicou, por exemplo, se o grupo vai tentar governar sozinho ou se buscará uma composição com outros rebeldes e demais opositores do regime Assad.

Também não falou sobre eleições na Síria, país que viveu os 50 últimos anos em uma ditadura.

Em uma manifestação por escrito horas antes, al-Golani disse que o atual premiê da Síria, Mohammed Ghazi al-Jalali, iria continuar à frente do governo até que fosse feita a transição para o novo regime.

Mesmo ainda sob o regime de Bashar al-Assad, cada região do país era controlada por um grupo diferente: as tropas de Assad conseguiam governar a região central e a costa mediterrânea, enquanto o controle das outras regiões eram divididos por grupos rebeldes que não são necessariamente aliados.

Existem, ainda, diversos grupos políticos de oposição a Assad que estão exilados no exterior e podem querer voltar ao país e reivindicar participação do poder.

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Comunidade internacional comemora e vê risco

Também ainda é uma incógnita como a comunidade internacional vai ser relacionar com o HTS. Mohammed al-Golani, por exemplo, é procurado pelos Estados Unidos, que oferecem US$ 10 milhões por informações que possam levar à sua prisão.

Em manifestação após a tomada do poder pelos rebeldes, o presidente dos EUA, Joe Biden, comemorou o fim do regime, mas expressou cautela.

“Até que enfim, o regime de Assad acabou”, afirmou Biden, para complementar: “Este é um momento de riscos e incertezas. Os EUA trabalharão com parceiros e interessados para ajudá-los a aproveitar esta oportunidade.”

Mais cedo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia dito algo semelhante:

“A ditadura cruel de Assad caiu. Essa mudança histórica na região oferece oportunidades, mas não sem riscos.”

Haid Haid, consultor do instituto de relações internacionais Chatham House, vai no mesmo sentido.

“Pela primeira vez, há a possibilidade de que o que pode vir a seguir possa ser melhor do que hoje. Com certeza, há o risco de que possa ser pior. Mas, pela primeira vez, há mais de uma possibilidade”, disse Haid à agência de notícias Reuters.

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Brasil é eleito para novo mandato no comitê da paz da ONU

Informação foi divulgada pelo Itamaraty neste sábado

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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou neste sábado (21) que o Brasil foi eleito para mais um mandato no Comitê Organizacional da Comissão para Consolidação da Paz das Nações Unidas (PBC).

A eleição ocorreu por aclamação no dia 19 dezembro e valerá pelo período entre 2025 e 2026.

O comitê foi criado em 2005, com a participação do Brasil, a fim de coordenar esforços internacionais para a promoção da paz sustentável e duradoura.

Neste ano, o Brasil ocupou a presidência do colegiado e defendeu o fortalecimento do órgão para prevenção de conflitos internacionais e a consolidação da paz em 2025.

O Brasil participa das atividades do comitê de forma ininterrupta desde 2010.

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