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TJ mantém decisão e ex-PM vai a júri popular por matar advogada
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Tribunal de Justiça nega recurso da defesa do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49, autor do feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48, assassinada no dia 13 de agosto de 2023. Decisão na ação, que corre em sigilo, mantém a pronúncia, submetendo o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri.
A defesa do réu, sob responsabilidade da Defensoria Pública do Estado (DPE), ingressou com recurso contra decisão de pronúncia de Almir pelos crimes de feminicídio qualificado, estupro de vulnerável, ocultação de cadáver e fraude processual.
A defesa pedia a absolvição imprópria e aplicação de medida de segurança de internação, alegando inimputabilidade do réu. Na decisão do TJ, proferida pelo colegiado de desembargadores no dia 5 de novembro, é destacado que “a pronúncia, como juízo de admissibilidade da acusação, exige apenas a prova da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria ou de participação, não sendo o momento processual adequado para análise aprofundada do mérito”.
Quanto à alegação de inimputabilidade, a decisão ressalta que “por demandar exame aprofundado de provas, deve ser apreciada pelo Tribunal do Júri, juiz natural da causa, preservando-se a competência constitucional para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida”. A defesa de Almir ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo que a defesa do ex-policial militar recorra ao STJ, o promotor de Justiça Jorge Paulo Damante Pereira mantém a expectativa de que o réu enfrente o júri popular no primeiro semestre de 2025.
Quanto à argumentação sobre a suposta insanidade mental do acusado, que por isso seria inimputável, é um assunto superado, diz o promotor, que acredita que a defesa vem batendo nessa tecla apenas para adiar o julgamento. Damante lembra que o processo foi suspenso por oito meses, a pedido da defesa do assassino, que foi submetido a exame de insanidade mental, para testar a sua inimputabilidade.
O exame foi realizado em 29 de janeiro e laudo pericial atestou que Almir tinha capacidade de compreensão de seus atos na data do crime. Lembra queo feminicídio da advogada foi praticado com requintes de crueldade e chocou a sociedade mato-grossense.
O CRIME
O corpo de Cristiane foi localizado dentro de seu veículo pelo irmão, no estacionamento de um parque da Capital. Era domingo, dia dos pais e ela era esperada para um almoço em família. Um sistema de compartilhamento de localização de celular entre a advogada e uma das filhas, que mora fora de Mato Grosso, possibilitou que o irmão chegasse ao local. O assassino foi preso horas depois, na casa dele, no bairro Santa Amália, local onde matou a vítima com estrema violência depois de abusar dela sexualmente.
Investigação da Polícia Civil mostra que depois de matar a vítima asfixiada, após espancá-la violentamente, ele lavou o corpo, a vestiu e colocou no banco do passageiro do próprio veículo. Depois dirigiu por mais de 10 quilômetros e o deixou no estacionamento do Parque das Águas. Retornando para casa, iniciou a limpeza do sangue do local e mais tarde, no momento em que foi preso, já estava na companhia de uma namorada.
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Desembargadores do TJ embolsam R$ 32,9 milhões em ‘penduricalhos’ durante um ano; confira
Se o montante total de R$ 32.917.692,79 fosse dividido igualmente entre todos os membros da Corte, daria uma média de R$ 844 mil por magistrado durante um ano, o que representa mais de R$ 70 mil mensais.
Para se ter uma ideia, o pagamento dos “supersalários” é tão expressivo que se assemelha ao que o Governo do Estado está investindo para reformar a nova sede do entro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac) e do MT Hemocentro, em construção em Cuiabá. O custo total da obra é estimado em R$ 33,3 milhões, pouco menos do que o total pago pelo Judiciário aos magistrados.
Para se ter uma ideia do quão elevado é o pagamento de tais penduricalhos, Anova sede do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac) e do MT Hemocentro, em construção em Cuiabá, está com cerca de 45% das obras concluídas e deve ser entregue à população a partir de 2025. O custo total da obra é estimado em R$ 33,3 milhões.
O contracheque dos funcionários do judiciário de Mato Grosso é dividido em dois: uma parte chamada “folha corrente” e a outra chamada “folha complementar”, onde cabem penduricalhos como adicional por tempo de serviço, abono de permanência, abono férias, gratificação natalina, retroativos e indenizações como os auxílios alimentação, transporte, pré-escolar, natalidade, saúde, moradia e ajuda de custo.
O desembargador Luiz Ferreira da Silva figura no topo dentre seus colegas, tendo embolsado R$ 1.08 milhão durante todo o ano na “complementar”. Neste mesmo recorte, ele é seguido por Jorge Luiz Tadeu Rodrigues (R$ 1.05 milhão), Rodrigo Curvo (R$ 1.055 milhão), Luiz Saboia Ribeiro (R$ 1.009 milhão) e José Lindote (R$ 996 mil).
Usando Luiz Ferreira como exemplo dos altos recebimentos dos demais, a reportagem verificou que ele recebeu mais que o dobro nos pagamentos a partir do mês de maio. De janeiro a abril, ele recebeu entre 25 e 27 mil. Em maio e junho, recebeu R$ 140 mil, respectivamente. Em julho (R$ 109,4 mil), agosto (R$ 109,4 mil), setembro (R$ 109,4 mil), outubro (R$ 109,6 mil), novembro (R$ 109,6 mil) e dezembro (R$ 177,6 mil).
Segundo na lista, Jorge Luiz Tadeu também viu os rendimentos complementares crescerem a partir de maio, quando ele embolsou R$ 64 mil, mais que o dobro dos R$ 31 mil que ganhou em abril. O mesmo se repetiu entre os demais, com exceção de Hélio Nishiyama, Marcos Regenold e Wesley Sanchez, que não eram magistrados e entraram na Corte no decorrer do ano pelo Quinto Constitucional.
Na semana passada, o Olhar Jurídico fez um levantamento referente ao mês de dezembro de 2024 e constatou que os dois maiores recebimentos foram de Maria Aparecida Ferreira Fago, no total de R$ 250 mil e Maria Erotides Kneip, R$ 245 mil, distribuídos em duas folhas diferentes, a “corrente” e a “complementar”.
Elas são seguidas pelos desembargadores José Lindonte, que recebeu R$ 207 mil (R$ 29 mil da Corrente e R$ 177,9 mil da Complementar); Vandymara Zanolo, R$ 206,7 mil; Helena Maria Bezerra Ramos, R$ 206,1 mil; Rubens de Oliveira, R$ 206,09 mil; Carlos Alberto Rocha, R$ 204,9 mil; Orlando Perri, R$ 204,4 mil; Juvenal Pereira, R$ 203,8 mil e Maria Helena Póvoas, R$ 203 mil.
A título de exemplo, o salário recebido no mesmo mês pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, de R$ 24,6 mil, é quase dez vezes menor que os 245 mil pagos à Kneip. O total gasto pela corte para pagar os magistrados foi de R$ 7,2 milhões.
Afastados das respectivas funções por ordem do próprio STF, ante suspeita de integrarem esquema de venda de sentenças, os desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho embolsaram, respectivamente, R$ 71,6 mil e R$ 75 mil em dezembro. Isso é quase o triplo dos R$ 26 mil pagos ao ministro Alexandre de Moraes.
Sebastião embolsou pela folha complementar, durante todo 2024, o total de R$ 625,3 mil, enquanto João Ferreira, no mesmo período, levou R$ 626 mil.
Além dos gastos milionários para quitar os altíssimos salários, a Corte estadual também enfrenta um “momento desafiador”, conforme dito pela própria presidente Clarice Claudino, que levou R$ 202 mil no último mês e mais de um milhão no ano passado nas duas folhas. Presidente do STF, Luis Roberto Barroso recebeu R$ 27 mil em dezembro de 2024.
Recentemente, a presidente se tornou centro de polêmica sobre pagamento de verba denominada extraoficialmente como “vale-peru”. Em dezembro, Claudino determinou a majoração do vale-alimentação dos servidores do TJMT, de R$ 2 mil para R$ 10 mil. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) chegou a determinar a suspensão do pagamento. Porém, conforme noticiado pelo Olhar Direto, quando da determinação, o empenho já havia sido realizado.
Para além da discussão do CNJ, Clarice foi acionada no Supremo Tribunal Federal (STF). Ação aponta que desde o ano de 2023, quando a magistrada assumiu a presidência, o Tribunal de Justiça já gastou mais de R$ 45 milhões com o “vale-peru. Assim, o processo pede que, caso o mérito seja julgado positivo, Clarice seja condenada a restituir o valor pago.
Sebastião e João Ferreira, afastados desde 1º de agosto, estão com tornozeleira eletrônica desde o dia 26 de novembro, quando o ministro Cristiano Zanin ordenou que eles fossem monitorados. A dupla é suspeita de negociar decisões judiciais para atender a supostos interesses lobistas do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 e do empresário Andresson Oliveira Gonçalves.
As investigações no “Iphone Bomba” de Zampieri revelaram esquema de negociações de decisões perante o TJMT e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No celular, foram flagradas conversas entre o advogado, Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho, bem como com Andreson.
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