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“Tudo que temos está aqui”: Defensoria acompanha drama de agricultores ameaçados de despejo
As mais de 140 famílias que atualmente vivem no assentamento sobrevivem do que produzem nas terras
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O sonho de ter um lugar para plantar, colher e sobreviver permanece no coração dos moradores do Assentamento Rio Verde, localizado no município de Ipiranga do Norte (438 km de Cuiabá). Nesta semana, o Projeto Território de Direitos esteve na localidade para aplicar o Sistema de Atendimento Fundiário (SAF) e buscar alternativas para as famílias que vivem em aflição, já sob uma decisão judicial que determina a desocupação de suas casas.
O Território de Direitos é um projeto iniciado entre as Defensorias Públicas de todo o país. Criado pela DPEMT, tem como propósito realizar uma busca ativa e estratégica de famílias em situação de extrema vulnerabilidade, especialmente em áreas marcadas por conflitos fundiários. Inspirada pela decisão do Supremo Tribunal Federal na ADPF 828 — que trata da proteção contra despejos solicitados —, a iniciativa aplica o SAF, ferramenta que reúne informações específicas sobre essas famílias.
As mais de 140 famílias que atualmente vivem no assentamento sobrevivem daquilo que produzem nas terras: ovos, queijo, doces e conserva de pimenta são apenas alguns dos produtos feitos na região. Apesar da vontade de continuar trabalhando, o medo de serem retirados de suas casas assombra a comunidade.
“Todo mundo aqui tem um sonho. Ninguém entrou aqui pra fazer bagunça. Fomos criados no mato e ter um pedaço de terra é um sonho. Todos realizados e vivem disso. Ter que sair daqui seria como tirar a vida de muitos. Recomeçar não é tão simples pra quem não tem estudo ou já não tem mais idade”, explica Douglas Delabela, presidente da Associação São Aladim, que funciona no assentamento.
Douglas Aladim, presidente da Associação São Aladim.
Mairy Oenning dos Santos ainda tem esperança de permanecer em sua casa para ampliar a produção de doces e investir em uma pequena fábrica. Ela vende doce de leite em Sinop e enfrenta desafios como a falta de energia elétrica, a distância da escola das filhas e a incerteza sobre a permanência na terra onde vive hoje.
“Quando a gente decidiu vir pra cá, enfrentamos muita coisa. Temos objetivos aqui, queremos viver um pouco melhor com o que a gente produz, ter um pouco de conforto. Isso não é pedir muito, na minha visão é o básico”, disse, emocionada.
Mairy Oenning dos Santos
Nesta etapa do processo, a Defensoria Pública, por meio do projeto Território de Direitos, aplica o SAF — um sistema que realiza o mapeamento preciso da realidade de comunidades vulneráveis, especialmente em contextos de conflitos fundiários. A ferramenta coleta dados que servirão de base para futuras atuações judiciais e administrativas, com o objetivo de garantir o direito à moradia dessas famílias.
Juliano e a mãe Beta, produtores de arroz
Parceiro do pai na única plantação de arroz do assentamento, Juliano Soares chorou ao lembrar da luta diária.
“Não é fácil, começamos do zero aqui. Fomos fazendo tudo aos poucos: comprando as coisas, construindo a casa, limpando o terreno. Agora plantamos arroz para consumo, mas temos o sonho de expandir a roça para poder vender”, disse, ao lado da mãe, que também se emocionou ao contar sua história.
“Ficamos muito tempo debaixo da ponte, acampados. Dói saber que querem nos tirar daqui.”
Jucinei Delabela e Ideni Delabela estão entre os maiores produtores de café da região, com mais de mil pés plantados na terra onde moram. Desde 2021, o casal de idosos vem construindo tudo do zero com trabalho manual. Além do café, cultivam frutas, criam animais e produzem queijo.
“A Defensoria é nossa última esperança. Essa casa aqui foi construída com as nossas mãos. Tudo o que vocês veem aqui nós que limpamos, que plantamos. Essa terra é tudo pra gente. Agora é pegar nas mãos de Deus e esperar que alguém nos ajude”, disse Jucinei.
Jucinei Delabela em sua plantação de café

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PARCERIA- Prefeitura de Luciara e Judiciário Especial Itinerante leva justiça gratuita à população
A presença do Juizado Especial Itinerante (JEI) em Luciara, ocorrerá entre os dias 21 a 25 de julho, o atendimento gratuito e acessível para a população durante esses dias ocorrerá em frente à Prefeitura, das 08h às 11h e das 14h às 17h.

Graças a uma parceria firmada entre a Prefeitura Municipal e o Judiciário mato-grossense, o Juizado Especial Itinerante (JEI) retorna à cidade de Luciara para atender gratuitamente a população na condição de órgão judicial de proteção às pessoas, desta feita, levando serviços judiciais diretamente às comunidades onde a presença física do judiciário pode ser mais difícil.
O objetivo da parceria entre os poderes é garantir assistência jurídica mesmo em locais remotos do Estado para que a população tenha acesso a soluções para conflitos de menor complexidade, desta feita, promovendo a justiça de forma mais acessível e eficiente.
A presença do JEI na cidade ocorrerá entre os dias 21 a 25 de julho, o atendimento será gratuito e acessível durante todos esses dias para a população, e ocorrerá em frente à Prefeitura Municipal das 08h às 11h e das 14h às 17h.
Entre alguns serviços que serão prestados para a população Luciarense, estarão os seguintes atendimentos: reclamações por cobranças indevidas em contas de telefone, água, luz, internet dentre outras; casos de cobranças indevidas registradas no SPC e Serasa; cobranças abusivas ou indevidas por bancos; cobranças relacionadas a cheques sem fundo ou outros títulos de crédito, como nota promissória; além de orientações sociais e jurídicas.
O Juizado Especial Itinerante nas pequenas cidades do Estado visa a aproximação da justiça com a população levando serviços judiciais até as comunidades para evitar que os cidadãos precisem se deslocar para centros urbanos para resolver seus problemas. O atendimento presencial é facilitado, e em alguns casos também disponibiliza serviços online, facilitando o acesso à justiça para pessoas com dificuldades de locomoção ou acesso à internet.
As resoluções de conflitos de menor complexidade também estão no radar da justiça, entre elas casos de menor gravidade, como pequenas causas, conflitos de consumo, acidentes de trânsito e outros problemas que podem ser resolvidos de forma mais rápida e informal.
Sempre visando a conciliação, o Juizado Especial busca soluções amigáveis entre as partes envolvidas, incentivando o diálogo para evitar longos processos judiciais e evitar os deslocamentos e processos mais longos, além de contribuir para a redução de custos tanto para o cidadão quanto para o sistema judiciário
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