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ESTADO FARÁ OBRA-Governador vai a Brasília viabilizar licenças para asfalto pedido por Raoni

Mauro Mendes atendeu pedido de indígenas do Xingu; obra precisa de autorização federal

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O governador Mauro Mendes junto do cacique Raoni Metuktire e outras lideranças

O governador Mauro Mendes anunciou que irá a Brasília, na próxima semana, para viabilizar licenças e autorizações para o asfaltamento de trecho da MT-322, que liga a região Norte de Mato Grosso ao Araguaia. A obra é um pedido do cacique Raoni Metuktire – referência na luta pelos direitos indígenas e pela preservação ambiental.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (20.01), durante reunião com lideranças indígenas, prefeitos e deputados da região. O asfalto passa pela região do Parque Indígena do Xingu e da terra indígena Marãiwatsédé.

O cacique Raoni comemorou o anúncio e relembrou que há muito tempo vem pedindo essa obra, para que o asfalto chegue “até à beira do rio”.

“Essa obra não é para mim, e não é para o governador. É para todos nós. Todos querem o asfalto ali dentro. Os indígenas, os caminhoneiros, as pessoas que usam essa estrada. Estamos aqui para dialogar e se precisar ir até o Lula, nós vamos. Queremos esse asfalto”, afirmou.

“Os indígenas estão muito preocupados com a situação da estrada, que está intransitável e causando grandes transtornos a eles e a todos que vivem naquela região e precisam se deslocar do norte de Araguaia até a região norte ali da BR-163”, relatou o governador.

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Mauro ressaltou que já havia se comprometido a fazer a obra e garantido os recursos para o asfalto novo. Porém, como se trata de área próxima à reserva indígena, são necessárias várias autorizações de órgãos federais – até mesmo para fazer a manutenção no trecho.

“Nós combinamos aqui duas coisas: primeiro que na próxima semana vamos nos reunir com o presidente do Ibama e da Funai para que eles autorizem o Governo de Mato Grosso a entrar dentro da reserva e fazer a manutenção dessa estrada. Número dois: vamos pedir uma delegação de competência para a Sinfra, que é a Secretaria de Infraestrutura, e a SEMA, órgão ambiental de Mato Grosso, para fazer o projeto para asfaltar”, registrou.

De acordo com o governador, se todas as autorizações foram obtidas, “no dia seguinte começamos a obra”.

“Queremos a autorização para fazer o projeto e começar o processo de licenciamento, de acordo com todas as normas ambientais e legais dentro do Brasil. Na próxima semana eu vou à Brasília, junto com dois ou três representantes das etnias do Xingu, e mais algumas autoridades. Nós vamos conversar para dar encaminhamento prático e uma solução definitiva, para que a gente não fique todos os anos sofrendo ali com atoleiro dentro da reserva”, concluiu.

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Também participaram da reunião: os deputados estaduais Dilmar Dal Bosco, Max Russi e Nininho; os secretários de Estado Fábio Garcia (Casa Civil), Marcelo Oliveira (Infraestrutura), Mauren Lazzaretti (Meio Ambiente) e Vitor Hugo (Justiça); os prefeitos Nilmar Miranda (Peixoto de Azevedo), Bruno Mena (Matupá), Gilmar Wentz (Querência), Thiago Ribeiro (Santa Terezinha), Acácio Alves (São Félix do Araguaia); além de vereadores, caciques e outras lideranças da região.

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Mapa da Vegetação de Mato Grosso contribui para a descoberta de nova espécie da flora na Amazônia

Coleta realizada durante expedição técnica na Estação Ecológica do Rio Roosevelt contribuiu para a descrição de uma nova espécie para a flora brasileira

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Características morfológicas florais de Tibouchina triprovincialis de acordo com Goldenberg, R. et al. 2025. (Phytotaxa 706(1) 2025 Magnolia Press)

A publicação científica que descreve a Tibouchina triprovincialis como uma nova espécie da flora brasileira, traz consigo não apenas o avanço do conhecimento científico sobre a botânica brasileira, mas também evidencia a importância do Mapeamento da Vegetação de Mato Grosso — um trabalho de mais de 15 anos que mesmo antes de sua homologação, já começa a dar resultados expressivos.

A descoberta foi realizada a partir de uma das amostras coletadas durante expedição técnica à Estação Ecológica do Rio Roosevelt, que é uma unidade de conservação Estadual. Essa coleta fez parte dos esforços para a construção do Mapa da Vegetação Primária de Mato Grosso, desenvolvido em cooperação técnica entre a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio do Programa REM MT.

Amostra foi coletada em Colniza (MT), na Estação Ecológica do Rio Roosevelt

A espécie Tibouchina triprovincialis, pertencente à família Melastomataceae, ocorre no bioma Amazônico, com registros confirmados em apenas três estados brasileiros: Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. A coleta da planta em Mato Grosso foi realizada pelos técnicos Juraci de Ozeda Ala Filho, Lisandro de Souza Peixoto Neto e Sebastião Souza Silva.

O trabalho contou com suporte técnico do Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade do estado de Mato Grosso (UNEMAT) – campus Tangará da Serra, além do financiamento do Programa REM MT, que garantiu a contratação de profissionais, aquisição de equipamentos e apoio logístico para as expedições.

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A nova espécie é um arbusto de pequeno porte (20–80 cm), com folhas minúsculas e cobertas por escamas, além de inflorescências compactas e características florais únicas. Seu habitat são áreas campestres alagadas sazonalmente, conhecidas como Campinaranas, inseridas no coração da Amazônia.

Juraci de Ozeda Ala Filho e Lisandro de Souza Peixoto Neto na expedição para a construção do Mapa da Vegetação Primária de Mato Grosso em que foi coletada a espécie. Foto: Programa REM MT

UM MAPEAMENTO INÉDITO E ESSENCIAL

O Mapa da Vegetação Primária de Mato Grosso, atualmente em fase de homologação pelo IBGE, representa um avanço essencial na identificação das espécies arbóreas presentes no estado. “Mato Grosso carecia desse trabalho de mapeamento da vegetação original, pois, a única fonte com o que nós trabalhávamos para classificar e autorizar a supressão da vegetação era o RADAM, que foi feito na década de 70”, explica Juraci de Ozeda Ala Filho, geólogo e técnico analista da SEPLAG, que participou de todo o processo de construção do novo mapa.

Iniciado em 2008, o projeto envolveu expedições por todo o território mato-grossense, com amostragens e análises do ambiente físico, estrutura da vegetação e identificação de espécies arbóreas e arbustivas. A previsão é que o trabalho seja concluído ainda em 2025, com a publicação oficial e disponibilização ao público do mapa atualizado.

Esse levantamento será um instrumento fundamental para fortalecer a fiscalização contra o desmatamento ilegal, entender a distribuição e os limites da reserva legal, e subsidiar a elaboração de planos de manejo em Unidades de Conservação. Além disso, como mostra a descoberta da T. triprovincialis, também se torna um poderoso aliado na ciência, permitindo o avanço da taxonomia, botânica e estratégias de conservação da biodiversidade.

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Características morfológicas de Tibouchina triprovincialis de acordo com Goldenberg, R. et al. 2025. (Phytotaxa 706(1) 2025 Magnolia Press)

CONHEÇA O REM MT

 

Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento.

 

Na fase I do Programa REM MT, foram apoiados 157 projetos, beneficiando 144 organizações sociais, entre elas, 114 associações ou cooperativas. Os projetos abrangem os três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

 

Dentre os resultados alcançados pelo programa, se destacam as 603 aldeias atendidas, onde vivem 43 povos indígenas, os 107 municípios mato-grossenses beneficiados, as mais de 35 mil pessoas atendidas e os 160 mil hectares de desmatamento evitados em Mato Grosso por meio da atuação do REM MT, nos anos de 2021 e 2022.

 

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestores financeiros o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Para sugestões, reclamações ou esclarecimentos, fale com a ouvidoria da SEMA pelo telefone: 0800 065 3838 ou (65) 99321-9997 (WhatsApp) .

 

Por Priscila Soares (REM MT)

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