Negócios
China suspende importação de frango da BRF em Mato Grosso
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O governo chinês anunciou nesta sexta-feira (4) a suspensão da importação da carne de frango da BRF em Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá). Desde 2020 a China tem realizado suspensões na compra de frigoríficos não só no Brasil, alegando a necessidade de maior controle sanitário, por causa da pandemia da covid-19.
Segundo o Estadão, um comunicado foi divulgado no site da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês). A interrupção na importação começa no sábado (5) e não há previsão de quanto tempo irá durar.
Por meio de nota a BRF afirmou que não foi notificada oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre a suspensão e que ficou sabendo da notícia pelo site do GAAC.
“A Companhia tomará as medidas cabíveis e trabalhará na reversão da situação com as autoridades chinesas e brasileiras”, diz trecho da nota.
Segundo a empresa a suspensão anunciada pela China não trará grandes impactos, pois a unidade de Lucas do Rio Verde é responsável por 12% das aves exportadas para a China, o que corresponde a 0,3% das receitas da BRF.
“A empresa ressalta também que suas sete demais unidades habilitadas continuam exportando frango normalmente para a China, sem qualquer intercorrência”, diz ainda o texto da BRF.
Essa situação não é novidade no mercado brasileiro. Em janeiro a China suspendeu a importação de frangos de dois frigoríficos no país. Em dezembro de 2021 a medida afetou a BRF em Manaus (RS) e antes disso, em agosto a unidade de Lucas do Rio Verde também passou por uma suspensão do governo chinês.
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Missões comerciais do Governo de MT na Índia abriram caminho para oportunidades promissoras, afirma embaixador
Cinco meses após missão na Ásia, evento busca estreitar relações internacionais entre os países
O evento é um desdobramento da missão à Ásia liderada pelo governador Mauro Mendes, em novembro de 2023.
De acordo com o embaixador, que participou do evento de forma remota, a missão promovida pelo Governo de Mato Grosso, com empresários e produtores rurais, chamou a atenção dos indianos para o Estado, que é um dos principais produtores de alimentos do mundo.
“A missão contou com o apoio da Embaixada do Brasil e da Câmara de Comércio Brasil-Índia e foi uma empreitada importante no quadro de esforço consistente que vem sendo feito pela Embaixada, em conjunto com representantes de governos e empresas. As reuniões e contatos realizados nessa missão abriram caminho para uma série de oportunidades promissoras em diversos setores. Eu recordo que os interlocutores indianos frequentemente se surpreendiam com a pujança do agronegócio mato-grossense e com os dados de produtividade. Então, este evento de agora é uma oportunidade para dar seguimento às tratativas realizadas durante a missão, com foco em resultados no curto prazo, mas também com os olhos postos em oportunidades de longo prazo”, afirmou.
Atualmente, Mato Grosso é o terceiro maior exportador brasileiro de produtos para Índia. Dentre os principais itens estão o ouro e o óleo de soja. Em 2023, a madeira bruta e serrada, além de sementes e frutos oleaginosos, também foram destaques nas exportações mato-grossenses para o mercado indiano, ainda que os pulses (grão de bico, feijão, ervilha e o gergelim) sejam um dos principais potenciais econômicos.
A Índia é o país mais populoso do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, e possui uma população predominantemente vegetariana. Assim, as leguminosas são um alimento básico para satisfazer as necessidades proteicas.
“A missão à Índia no ano passado foi um divisor de águas pela convergência, similaridade, e pelos propósitos entre o que se faz em Mato Grosso e o que está acontecendo na Índia. Nós ainda estamos muito aquém da potencialidade do que podemos construir juntos. Mato Grosso sabe produzir e a Índia é um país fantástico, com expressivo crescimento anual. Então, nós podemos contribuir com a segurança alimentar deles, e, por outro lado, receber tecnologia e investimentos da Índia”, destacou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.
Para auxiliar no fortalecimento das relações comerciais, a Embaixada do Brasil na Índia vai trabalhar em três linhas de ação. Uma delas é apoiar missões empresariais e governamentais como as de Mato Grosso. A segunda linha é entender os esforços concretos de fechar negócio no contexto maior das relações bilaterais Brasil-Índia e como os dois países podem ser parceiros para enfrentar os desafios da segurança alimentar, energética e os desafios das cadeias produtivas estratégicas globais. Por último, a última linha visa contribuir para identificar complementaridades econômicas, juntamente com os atores públicos e empresariais brasileiros em setores como agricultura, energia, defesa, tecnologia da informação e saúde.
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia, Leonardo Ananda, destacou que as missões e os eventos como o da Fiemt são importantes para apresentar o potencial de uma parceria mais consistente para ambos os lados.
“Eventos como esse fazem com que a gente possa de fato vencer essa barreira e que a relação Índia-Brasil cresça. A Índia está vivenciando a mais rápida e a maior transformação que um país livre já viveu na história da humanidade. O país cresce no ritmo de 7% ao ano, é a 5ª maior economia do mundo e chegará à 3ª em pouco tempo. O crescimento se compara o que ocorre em Mato Grosso. A Índia é o maior consumidor de maçã brasileira e do gergelim de Mato Grosso”, apontou.
O presidente da Fiemt, Sílvio Rangel, destacou que Mato Grosso cresceu muito na parte agrícola, sendo campeão na produção de soja, milho, pecuária, algodão, gergelim, dentre outros produtos, e avaliou que agora o Estado passa por um momento de verticalização da produção, com a industrialização dos produtos primários.
“Isso agrega valor aos produtos e temos grandes oportunidades para que isso avance e sempre precisamos destacar essas oportunidades de parcerias com outros estados e países, e temos um grande campo de trabalho para desenvolver. Temos um trabalho importante para fazer com a agroindústria e possamos trazer mais industriais ao nosso Estado”, disse.
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