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Jayme Campos anuncia voto contra a PEC da Blindagem e critica “proteção a bandidos”

Senador mato-grossense alerta para risco de se criar “casta de privilegiados”

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O senador Jayme Campos (União-MT) oficializou nesta quarta-feira, 17, sua posição veementemente contraria a Proposta de Emenda à Constituição 3/2021, conhecida como “PEC da Blindagem”. Em pronunciamento, ele afirmou que a proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados na noite anterior, não terá seu apoio e representa um “verdadeiro escárnio” contra a sociedade brasileira .

O senador classificou a PEC como um mecanismo que “cria uma casta de privilégio” e protege políticos que não têm “compromisso com o amanhã do Brasil”. Ele destacou que a Emenda Constitucional, que restringe a abertura de processos contra parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF), desrespeita o anseio popular por representantes responsáveis por seus atos.

O senador também criticou a previsão de voto secreto para autorizar processos, incluso em manobra no plenário. Se aprovada, a blindagem valerá para presidentes de partidos e permitirá que o Congresso suspenda processos já em andamento no STF. “Eu sinto vergonha quando a Câmara aprova uma matéria como essa” – criticou.

A PEC 3/2021, aprovada pela Câmara em dois turnos, retorna à regra vigente entre 1988 e 2001, exigindo autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores no STF. O texto inclui um prazo de 90 dias para análise e prevê votação secreta – ponto que gerou controvérsias e manobras regimentais durante a votação. A proposta agora depende de aprovação no Senado, onde precisa de 49 votos favoráveis em dois turnos.

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Jayme Campos não está isolado em sua posição. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA), já declarou ser contra a proposta, assim como os senadores Cleitinho (Republicanos-MG) e Renan Calheiros (MDB-AL). Cleitinho argumentou que a PEC “reforça a sensação de impunidade”, enquanto Renan alertou que ela pode transformar o Congresso em “refúgio de criminosos”.

Em seu pronunciamento, Campos enfatizou que políticos com “mãos limpas” não precisam de blindagem. “Cidadãos que fazem política com altivez, com respeito ao eleitor, não votarão em hipótese alguma uma matéria dessa”. Ele também elogiou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela condução democrática dos trabalhos e pelo tratamento respeitoso a todos os senadores, independentemente de posicionamento político.

A PEC segue para análise da CCJ do Senado, onde deverá ser discutida. O senador espera que a proposta seja barrada para evitar “a maior tragédia da história contemporânea do país”. A fala de Jayme Campos reflete um sentimento presente em parte do Congresso e na opinião pública, que tem visto a proposta com desconfiança nas redes sociais.

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Senadora condena PEC da Blindagem

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A senadora por Mato Grosso, Margareth Buzetti (PP), manifestou repúdio à chamada “PEC da Blindagem”, proposta de Emenda à Constituição que prevê que deputados e senadores só possam ser investigados ou presos mediante autorização da respectiva Casa Legislativa.

Enquanto os senadores Jayme Campos (União) e Wellington Fagundes (PL) não se pronunciaram, Buzetti destacou que a medida representa um retrocesso democrático.

“Fragiliza o Parlamento”

Em nota, a senadora afirmou:

“Sou totalmente contrária à PEC. Ela fragiliza o Parlamento e passa à sociedade a impressão de que políticos buscam se proteger, independentemente da gravidade das acusações. Há crimes que não podem ficar à margem da investigação judicial. Esse tipo de blindagem coloca em dúvida o caráter e a responsabilidade dos representantes eleitos, quando, na verdade, precisamos dar o exemplo de transparência e compromisso com a justiça.”

Buzetti lembrou ainda que, entre 1988 e 2001, a medida esteve em vigor. Nesse período, de cerca de 250 pedidos de abertura de processo criminal feitos pelo STF, apenas um foi autorizado pela Câmara.

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“Será que isso é bom para a democracia?”, questionou.

A PEC da Blindagem

A polêmica gira em torno da PEC 3/2021, aprovada na terça-feira (16) pela Câmara dos Deputados com 314 votos favoráveis e 168 contrários. O texto prevê o retorno do voto secreto para autorizar a abertura de processos criminais contra parlamentares e agora segue para o Senado.

Na prática, a medida determina que deputados e senadores só poderão responder a processos criminais com aval da própria Casa legislativa.

Votação da bancada de Mato Grosso

Entre os parlamentares de Mato Grosso, votaram a favor da PEC:

  • Coronel Fernanda (PL)

  • José Medeiros (PL)

  • Nelson Barbudo (PL)

  • Rodrigo da Zaeli (PL)

  • Gisela Simona (União)

  • Coronel Assis (União)

Foram contrários à proposta os deputados Emanuelzinho (MDB) e Juarez Costa (MDB).

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