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Pulverização marca a disputa pelo Senado em Mato Grosso

Governador, deputado federal e ministro despontam como favoritos. Ex-governador ainda procura um partido

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O governador Mauro Mendes, o deputado José Medeiros, o ministro Carlos Fávaro e o ex-governador Pedro Taques: nomes polarizam a disputa por duas vagas no Senado

Pelo desempenho administrativo do governador Mauro Mendes (União), analistas e políticos acreditam que ele terá a maior votação para o Senado, em 2026.

A formação de uma aliança com o deputado federal José Medeiros (PL) não resulta necessariamente na conquista do chamado “voto casado” para ambos.

Não há vinculação de nomes, e o eleitor, caso queira, poderá votar apenas em uma candidatura.

Esse fato deixa o bolsonarista Medeiros vulnerável.

Caso o senador Wellington Fagundes seja preterido pelo PL e por Mauro, seu caminho natural é cumprir os quatro anos restantes de seu mandato e apoiar a deputada estadual Janaína Riva ao Senado, sua nora.

Nesse caso, será apoio familiar, mas sem a expressão partidária do PL, e Janaína contará com o MDB enfraquecido e que poderá perder os deputados federais Juarez Costa para o Republicanos e Emanuelzinho Pinheiro para o PSD.

Filiado à Democrcia Cristã (DC), o ruralista e bolsonarista Antônio Galvan, em Sinop (503 km ao Norte de Cuiabá), insiste, em entrevistas, que será candidato ao Senado, apoiado pelo bolsonarismo, e acredita que conquistará a cadeira que eleger com menos votos.

Ex-senador e ex-governador, o advogado Pedro Taques tenta viabilizar seu nome, mas ainda não tem filiação.

Taques ocupa as redes sociais com duras críticas a Mauro Mendes.

Candidato à reeleição, Carlos Fávaro (PSD) aproveita o cargo de ministro da Agricultura de Lula (PT) para conquistar apoio junto a assentados, acampados, quilombolas, indígenas e os intelectuais de esquerda.

Fávaro é estrategista e prepara um palanque com nomes competitivos para deputado federal, entre figuras da federação PT/PV/PCdoB, PSD e do PSB.

Dessa relação deverão fazer parte Emanuelzinho, Rosa Neide (PT); Valtenir Pereira, Irajá Lacerda e o Procurador Mauro (todos do PSD); e Neuma de Moraes (sem filiação), mulherdo ex-prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio.

Sobre as virtuais candidaturas à Câmara, que apoiarão Fávaro, é preciso observar que, em 2022, Rosa Neide recebeu a maior votação ao cargo (mais de 140 mil votos) e o PSD não elegeu deputado federal, por conta de incidentes de percurso de última hora , com dois de seus pré-candidatos em situação dificil.

Domingos Gaspar Lazzari, ex-prefeito de Confresa, foi barrado pela Lei Ficha Limpa, e Nilton Borgato, ex-secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, foi preso pela Polícia Federal, acusado de liderar uma quadrilha de tráfico internacional de cocaína.

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Mesmo com duas cadeiras no Senado em disputa, haverá pulverização de votos entre os nomes considerados de direita.

Fávaro deverá beneficiar-se desse cenário, pois o famoso referencial de 25% dos votos destinados ao PT será seu, o que, matematicamente, poderá lhe dar mais oito anos no Senado.

DISPUTA PROPORCIONAL – Na Câmara Federal, à exceção de José Medeiros, os demais são pré-candidatos à reeleição, mas haverá mudanças de siglas na bancada.

O Coronel Assis anunciou que trocará o União Brasil pelo PL.

Emanuelzinho Pinheiro deixará o MDB e irá para o PSD.

Juarez Costa estaria apenas esperando a abertura da janela de filiação para sair do MDB e ficar ao lado de Pivetta, no Republicanos.

Coronel Fernanda, Nelson Barbudo e Rodrigo da Zaeli continuarão no PL.

O chefe da Casa Civil, deputado federal licenciado Fábio Garcia e sua suplente Gisela Simona permanecerão no União, somente mudarão de sigla caso Mauro Mendes o faça, pois ambos são seus liderados.

Maior legenda na bancada mato-grossense na Câmara, o PL ocupa quatro cadeiras e todos os seus integrantes, bem como o futuro filiado Coronel Assis, defendem o nome de José Medeiros ao Senado, numa dobradinha com Mauro Mendes e tendo Pivetta ao Governo.

Na Assembleia Legislativa, que, em 2022, reelegeu 18 deputados, somente Janaína Riva não disputará a reeleição.

Porém, o mosaico partidário em 2026 não será o mesmo de agora.

Na janela de filiação haverá mudanças de partidos.

O presidente Max Russi (PSB) anunciou que irá para o Podemos, mas faz mistério quanto às possíveis alianças para a disputa majoritária.

A bancada do PSB de Max tem quatro cadeiras e será pulverizada.

Dr. Eugênio, único deputado domiciliado no Vale do Araguaia, assegurou que se filiará ao Republicanos, por ser amigo de Pivetta.

Beto Dois a Um deverá buscar espaço na chapa à Assembleia no grupo de Mauro Mendes.

Restará Fábio Tardin, de Várzea Grande, que ainda faz mistério sobre seu amanhã.

Os deputados oriundos do União Brasil e ora na UPB formam um bloco bem representativo, mas que poderá ser esfacelado, em caso de ruptura entre Mauro Mendes e Jayme Campos.

O ano de 2026, para sua bancada, com Sebastião Rezende, Eduardo Botelho, Júlio Campos e Dilmar Dal Bosco, não chega a ser uma incógnita, mas não será o mesmo, em unidade, como agora.

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Sebastião Rezende representa uma comunidade evangélica e não entra em polêmica.

Em caso de racha na bancada, e em nome de sua reeleição, o deputado procurará espaço em outro partido.

Júlio é irmão de Jayme Campos e sua voz na bancada estadual.

Eduardo Botelho tem fortes ligações com Jayme e mantêm vínculos com Mauro.

Nem bola de cristal pode prever qual será seu caminho, em caso de ruptura na cúpula.

Dilmar Dal’Bosco sempre foi escolhido por Mauro Mendes para sua liderança na Assembleia, e tudo sugere que ele não ficaria com Jayme Campos.

Mauro Mendes e Otaviano Piveta têm um grupo muito ligado a eles: Faissal Calil (Cidadania), Carlos Avallone (PSDB), Beto Dois a Um, Dr. Eugênio, Elizeu Nascimento (PL), Paulo Araújo (União), Chico Guarnieri (PRD), Valmir Moreto, Nininho e Diego Guimarães (todos Republicanos).

A bancada petista, com Lúdio Cabral e Valdir Barranco, estará no palanque com Natasha ao Governo e Fávaro ao Senado.

Wilson Santos (PSD), embora seja filiado ao partido de Fávaro, é independente, mas suas raízes de centro-esquerda no grupo de Dante poderão levá-lo a apoiar Natasha e Fávaro.

Os emedebistas perderam sua grande referência, o ex-senador Carlos Bezerra, que, durante décadas, liderou e dirigiu o partido.

Bezerra está aposentado politicamente.

Na Assembleia, sua bancada com Janaína Riva, Dr. João, Juca do Guaraná e Thiago Silva tem postura independente.

Dr. João em Tangará da Serra, Juca em Cuiabá e Thiago em Rondonópolis tentarão se manter na Assembleia.

Janaína Riva, depois de três mandatos de deputada, tentará o Senado, com apoio do sogro Wellington Fagundes, mas à frente de um partido em queda, que não terá candidato ao Governo nem nome de expressão política para a Câmara.

Max Russi, principal liderança na Assembleia, é pré-candidato à reeleição, mas, com sua mudança de partido, o que acontecerá num evento no qual lideranças de vários municípios o acompanharão, estará mais fortalecido ainda.

Num cenário – que não é improvável, pois em política tudo é possível – de racha no grupo governista, Russi poderá se despontar como nome de consenso para o Governo.

E seja o que Deus quiser.

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Cinco de MT votam para não taxar bets, bancos e bilionários

Parlamentares são alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro

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Enquanto a população brasileiro segue pagando até 27% de imposto sobre o consumo, os mais ricos escaparam mais uma vez de contribuir. Com o apoio da bancada bolsonarista de Mato Grosso, formada por Rodrigo da Zaeli, Coronel Fernanda e José Medeiros (todos do PL), além de Coronel Assis e Gisela Simona (ambos do União), que votou nesta quarta-feira (8) para retirar de pauta a Medida Provisória 1303/2025, que previa taxação maior sobre bancos, casas de apostas (bets) e bilionários (BBB). Com 251 votos a favor e 193 contra, a Câmara aprovou o requerimento da oposição ao presidente Lula (PT) que enterrou a proposta antes mesmo de ser votada.

Como a MP perdeu validade à meia-noite de quinta-feira (9), não haveria tempo hábil para nova análise. Se tivesse sido aprovada pelos deputados, o texto ainda precisaria passar pelo Senado.

A medida, considerada essencial para o equilíbrio fiscal de 2026, previa unificar em 18% a tributação sobre aplicações financeiras e aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras. O governo estimava arrecadar R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 21 bilhões em 2026, valor reduzido para R$ 17 bilhões após negociações no Congresso.

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Sem esses recursos extras, o Palácio do Planalto deverá bloquear novas despesas, principalmente as emendas parlamentares já em 2025. Para o ano seguinte, será necessário encontrar cerca de R$ 35 bilhões por meio de cortes ou aumento de outros tributos, como o IPI e o IOF.

Enquanto a oposição comemorou a vitória, o relator da MP, Deputado Carlos Zarattini (PT-CE) que criticou a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, segundo ele, articulou a rejeição com presidentes de partidos de direita e o ‘centrão’, de olho na eventual candidatura para presidente da República em 2026.

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