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Senadores de MT sinalizam voto contra a PEC da Blindagem, Welington é dúvida

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Dois dos três senadores mato-grossenses votarão contrários à Proposta de Emenda à Constituição que amplia o foro privilegiado dos congressistas, a PEC da Blindagem, que beneficia parlamentares contra qualquer pedido de investigação ou prisão, além de garantir o retorno da votação secreta, para impedir a transparência em votações polêmicas.

Na prática, a proposta garante que qualquer deputado federal ou senador só poderá ser preso, caso a Câmara ou o Senado aprove por ampla maioria, mesmo em caso de homicídio, violência doméstica ou pedofilia, mesmo em flagrante. Para o senador Jayme Campos (União), a PEC da ‘Blindagem’ sucumbirá o judiciário brasileiro.

‘Sou totalmente contra essa PEC. Isso vai sucumbir a nossa Justiça. Uma vergonha para o país. Como você vai proteger quem comete crime, seja ele hediondo ou contra a administração pública. Eu vou votar contra essa aberração’, disse Campos. Segundo ele, a proposta criará uma espécie de casta no país, incluindo ainda presidentes nacionais de partidos. ‘Isso não traduz os anseios da sociedade brasileira, que deseja que seus representantes sejam absolutamente responsáveis pelos seus atos’.

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A senadora Margareth Buzetti (PP) também criticou a proposta, alegando que ela fragiliza o Parlamento e passa à sociedade a impressão de que políticos buscam se proteger, independentemente da gravidade das acusações.

“Há crimes que não podem ficar à margem da investigação judicial. Esse tipo de blindagem coloca em dúvida o caráter e a responsabilidade dos representantes eleitos, quando na verdade precisamos dar o exemplo de transparência e compromisso com a justiça”, disse. ‘Pelo que li, de 1988 a 2001 essa regra estava em vigor. E, de 250 pedidos de abertura de processo criminal solicitados pelo STF, apenas um foi autorizado pela Câmara. Será que isso é bom para a democracia?’, questiona.

A reportagem questionou o senador Wellington Fagundes (PL) sobre seu posicionamento, mas ele solicitou que fosse encaminhada os questionamentos por mensagens. Contudo, após ler as perguntas, o senador não respondeu até o fechamento desta edição. Entre as perguntas, questionamos se ele seguiria a orientação do PL, que na Câmara Federal votou favoravelmente, além da sua própria análise.

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A proposta foi aprovada pela Câmara Federal com 344 votos favoráveis e 133 contra. Seis dos 8 deputados federais mato-grossense votaram a favor: Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL), Nelson Barbudo (PL),Rodrigo da Zaeli (PL), Gisela Simona (União) e Coronel Assis (União). Apenas os deputados do MDB, Emanuelzinho e Juarez Costa foram contrários à proposta. Agora o texto segue para o Senado.

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Jayme Campos anuncia voto contra a PEC da Blindagem e critica “proteção a bandidos”

Senador mato-grossense alerta para risco de se criar “casta de privilegiados”

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O senador Jayme Campos (União-MT) oficializou nesta quarta-feira, 17, sua posição veementemente contraria a Proposta de Emenda à Constituição 3/2021, conhecida como “PEC da Blindagem”. Em pronunciamento, ele afirmou que a proposta, aprovada pela Câmara dos Deputados na noite anterior, não terá seu apoio e representa um “verdadeiro escárnio” contra a sociedade brasileira .

O senador classificou a PEC como um mecanismo que “cria uma casta de privilégio” e protege políticos que não têm “compromisso com o amanhã do Brasil”. Ele destacou que a Emenda Constitucional, que restringe a abertura de processos contra parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF), desrespeita o anseio popular por representantes responsáveis por seus atos.

O senador também criticou a previsão de voto secreto para autorizar processos, incluso em manobra no plenário. Se aprovada, a blindagem valerá para presidentes de partidos e permitirá que o Congresso suspenda processos já em andamento no STF. “Eu sinto vergonha quando a Câmara aprova uma matéria como essa” – criticou.

A PEC 3/2021, aprovada pela Câmara em dois turnos, retorna à regra vigente entre 1988 e 2001, exigindo autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores no STF. O texto inclui um prazo de 90 dias para análise e prevê votação secreta – ponto que gerou controvérsias e manobras regimentais durante a votação. A proposta agora depende de aprovação no Senado, onde precisa de 49 votos favoráveis em dois turnos.

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Jayme Campos não está isolado em sua posição. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA), já declarou ser contra a proposta, assim como os senadores Cleitinho (Republicanos-MG) e Renan Calheiros (MDB-AL). Cleitinho argumentou que a PEC “reforça a sensação de impunidade”, enquanto Renan alertou que ela pode transformar o Congresso em “refúgio de criminosos”.

Em seu pronunciamento, Campos enfatizou que políticos com “mãos limpas” não precisam de blindagem. “Cidadãos que fazem política com altivez, com respeito ao eleitor, não votarão em hipótese alguma uma matéria dessa”. Ele também elogiou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela condução democrática dos trabalhos e pelo tratamento respeitoso a todos os senadores, independentemente de posicionamento político.

A PEC segue para análise da CCJ do Senado, onde deverá ser discutida. O senador espera que a proposta seja barrada para evitar “a maior tragédia da história contemporânea do país”. A fala de Jayme Campos reflete um sentimento presente em parte do Congresso e na opinião pública, que tem visto a proposta com desconfiança nas redes sociais.

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