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Pedido de suspensão de processo fruto da Operação Simulacrum é negado por juíza

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A juíza da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, Helícia Vitti Lourenço, negou o pedido de suspensão do processo criminal feito pela Defensoria Pública em favor do segurança Ruiter Cândido da Silva, um dos 18 réus no processo que resultou das investigações da Operação Simulacrum deflagrada em 2022, que mirou grupo que promoveria execuções sumárias como se fossem confrontos policiais. Quatro deles também respondem por envolvimento na morte do advogado Renato Gomes Nery.

 

Consta na decisão que a defesa de Ruiter solicitava a suspensão do processo por 6 meses, nos termos do art. 4º, §3º, da Lei n. 12/850/2013, que prevê a concessão de perdão judicial, redução de pena privativa de liberdade aquele que colaborar com as investigações e com o processo criminal.

 

O pedido foi indeferido pela magistrada por ausência de um acordo formal de colaboração homologado pela Justiça. Na decisão, é destacado que, embora a denúncia cite o réu como colaborador, não há qualquer comprovação de que um acordo de delação premiada tenha sido firmado entre Ruiter e o Ministério Público (MPMT) ou autoridade policial. Segundo a juíza, a simples delação não é suficiente para suspender a tramitação do processo, uma vez que o benefício depende da formalização e homologação judicial do acordo

“À míngua de comprovação pela defesa da existência e formalização do acordo, a jurisprudência estabeleceu que a delação não se confunde com o acordo de colaboração premiada. O primeiro instituto é avaliado em eventual aplicação da pena e a efetiva utilidade das informações declinadas pelo agente delator. O segundo instituto, no entanto, exige a concretização dos requisitos legais para fixação do ajuste entre o colaborador e o Ministério Público, o que não foi demonstrado nestes autos”, cita.

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Com base no entendimento, o pedido foi indeferido. Ficou determinado que a Defensoria Pública apresente a resposta à acusação em favor de Ruiter dentro do prazo legal.

 

O caso

Além do segurança Ruiter Candido da Silva, também respondem ao processo 17 policiais militares, sendo eles Altamiro Lopes da Silva, Antônio Vieira de Abreu Filho, Arlei Luiz Covatti, Diogo Fernandes da Conceição, Genivaldo Aires da Cruz, Heron Teixeira Pena Vieira, Ícaro Nathan Santos Ferreira, Jair Papa da Silva, Jonathan Carvalho de Santana, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Marcos Antônio Da Cruz Santos, Thiago Satiro Albino, Tulio Aquino Monteiro da Costa, Vitor Augusto Carvalho Martins, Wesley Silva de Oliveira e Paulo César da Silva.

 

O grupo foi denunciado pelo homicídio de Mayk Sanchez Sabino e tentativas de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais duas pessoas. A denúncia é fruto da Operação Simulacrum, deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público em 2022, e que mirou mais de 60 militares, sendo que alguns aparecem mais de uma vez, suspeitos de forjar confrontos para cometer execuções.

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Segundo as investigações, o grupo teria atuado na morte de 23 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras 4. A denúncia foi recebida em 27 de junho de 2024.

 

Recentemente 4 deles, Heron, Ícaro, Jorge e Leandro tiveram seus nomes estampados novamente no noticiário policial por envolvimento na morte do advogado Renato Gomes Nery, executado em frente ao seu escritório no dia 5 de julho de 2024 pelo caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva.

 

Heron e ícaro foram apontados como intermediários da contratação e pagamento do caseiro. Já Jorge e Leandro respondem a outro processo por organização criminosa em meio ao caso de um confronto após assalto, em que um veículo gol branco foi levado e houve troca de tiros com os suspeitos, resultando na morte de Walteir Lima Cabral e outros dois suspeitos ficaram feridos.

 

O confronto ocorreu em 12 de julho de 2024. A arma supostamente encontrada em posse de um dos criminosos, no local do crime, foi utilizada no assassinato do advogado Renato Gomes Nery, uma semana antes. Laudo pericial balístico demonstrou que a pistola Glock foi a mesma utilizada para executar o jurista.

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Rueda, presidente do União Brasil, vira alvo da PF na Carbono Oculto

Corporação investiga se presidente do União Brasil seria proprietário de aeronaves em nome de fundos de investimento

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O nome do presidente do União Brasil, o advogado Antônio Rueda, teria aparecido nas investigações da Operação Carbono Oculto, que investiga a infiltração da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores financeiro e de combustíveis.

Segundo apurou o Metrópoles, a Polícia Federal (PF) investiga a informação de que Rueda seria dono oculto de jatos executivos, que estão formalmente em nome de terceiros e de fundos de investimento.

As aeronaves são operadas pela empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), a mesma que seria usada por dois dos principais investigados na Carbono Oculto: Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, dono da refinaria Copape.

A Táxi Aéreo Piracicaba é uma empresa conhecida no mercado da aviação privada e já prestou serviço para vários políticos com mandato.

Uma das aeronaves, o Cessna 560XL de matrícula PRLPG, está em nome de uma empresa, a Magik Aviation, que é ligada a outra empresa, a Bariloche Participações S.A. Ambas têm o mesmo presidente.

Sediada no Itaim Bibi, em São Paulo (SP), a Bariloche pertence a dois empresários do ramo de mineração: Haroldo Augusto Filho e Valdoir Slapak.

Em novembro do ano passado, os dois foram alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ambos são donos do grupo econômico Fource. Como mostrou o Metrópoles, os dois aparecem em mensagens do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT).

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A Bariloche Participações S.A tem aportes de capital de um outro fundo, também chamado Bariloche, que por sua vez tem capital do fundo Viena, da gestora Genial — uma das principais do país, mencionada nas investigações da Carbono Oculto. O Viena reúne as características de um chamado “fundo caixa-preta”.

Esse tipo de fundo é usado com frequência para ocultar patrimônio, como mostra uma série de reportagens do Metrópoles. O uso de várias pessoas jurídicas relacionadas entre si é uma das características desse tipo de fundo.

Tanto o fundo Bariloche FIP quanto o Viena aparecem nos registros da Comissão de Valores Mobiliários com abstenção de opinião de auditoria, o que mostra que eles sequer puderam ser auditados porque não entregaram documentos a auditores independentes. Essa é mais uma característica de um “fundo caixa preta”.

Além do Cessna 560 XL, as outras aeronaves seriam um Cessna 525A; um Raytheon R390; e um Gulfstream G200, avaliado em US$ 18 milhões – quase R$ 100 milhões.

Desse conjunto, o maior é o Cessna 560XL, com 12 assentos, dos quais 10 são para passageiros. A aeronave é considerada um jato de tamanho médio, com valor estimado entre US$ 2,4 e US$ 3,6 milhões, e tem autonomia de até 3,9 mil quilômetros.

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Nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma dessas aeronaves, o Raytheon, tem como um dos donos um dirigente partidário do Republicanos no Estado do Ceará.

A Carbono Oculto foi deflagrada em agosto deste ano pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), em parceria com a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal. A operação mirou cerca de mil postos de combustíveis, que movimentaram mais de R$ 50 bilhões entre os anos de 2020 e 2024.

Segundo os investigadores, o PCC tinha infiltrado todos os pontos da cadeia de combustíveis: desde a importação da matéria-prima até a distribuição nos postos. A investigação também apurou o uso de fundos de investimentos e fintechs para “lavar” o dinheiro — ou seja, dar uma aparência de legalidade aos recursos oriundos do crime.

Metrópoles procurou Rueda, que negou qualquer associação com a Carbono Oculto. Segundo ele, seu nome “foi suscitado em um contexto absolutamente infundado”. E ainda ressaltou que “tomará todas as medidas cabíveis para proteger sua reputação”.

 

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